Sunday, March 21, 2010

Quase ninguém

O amor não é uma galeria de arte, onde expomos as emoções, os sorrisos, os abraços, os beijos (...)
Não é publico, não se atira a qualquer um. É invulgar e raro, é verdadeiro e pacifico. Isto é o verdadeiro amor.
É aquilo que poucos alcançam, o que poucos ou quase nenhuns sabem definir. É o simples facto de poder exprimir uma lágrima de saudade, um sorriso de alegria, uma intuição de medo e um pequeno desvio de tristeza.
É esse desvio de dois corpos abandonados no nada, no meio de um lugar sem nome e sem morada, que me faz relembrar a felicidade que nunca ninguém encontrou, nem mesmo aqueles que achavam tê-la.
É o eterno misto de uma leve festa no rosto, de um toque sereno no corpo, de um beijo quase sem tocar os lábios, de um olhar mais profundo que o lago ao lado da minha casa, que me chama a atenção, que me prende calmamente e sem dor a ti.
O perfume que eu inalava, ainda permanece intacto na minha camisola, no ar que ainda respiro (por sorte).
Os teus lenços espalhados na primeira gaveta da cómoda, residem intactos e limpos, e as tuas fotografias continuam no mesmo lugar onde juntos as colocámos.
Ah sim, e o meu coração (mais importante que tudo o resto), ainda é teu, ainda te pertençe e ainda bate quando ficas perto de mim.
O que poderei eu ver, para além desta tempestade que causaste nas duas metades do meu corpo?
Responde-me!


gS

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