Sunday, May 30, 2010

Sufoco

Houve apenas um calafrio que ressuscitou em mim o instinto de Cat women, de mulher fatal e indomável.
Faltava-me só aquela roupa sexy de sexta-feira á noite, para dormir com pelo menos um ou dois homens naquelas noites de saídas nocturnas com as amiguinhas da universidade, para grandes pubs da cidade.
Tecnicamente, não posso dizer que eram só aqueles vestidos com 20 cm acima do joelho e decotes até ao umbigo que causavam dependência sexual nos homens; sempre houve um tal encanto e um tal charme naquele meu batôn rouge.
Nada de gloss's brilhantes.
Uma cor uma noite, e mesmo sendo um lema tão patético, dava o maior resultado e o maior prazer naquelas noites em que apenas um lençol (e por vezes nem isso), cobria o meu corpo e o de um tal Bryan... ou charlie, ou John...
Não consigo relembrar o nome de todos, mas sei que pelo menos uma vez por semana o Calvin estava no meu quarto, e sei que se eu não partilhasse a casa nos suburbios com uma amiga, eu e o Calvin não usariamos só o quarto.
Bom, e o Calvin era o namorado que me levava para trabalhar todas as noites, sem se importar que outros e charmosos homens me pagassem para estar e dormir com eles.
Eu menti, admito, meus caros.
Eu não tinha amigas, tinha clientes.
Eu não trabalhava em grandes pubs, pois tinha ao meu dispor apenas a beira de uma estrada e uns quantos bebedos a meu redor.
O calvin desapareceu, e achava que eu iria com ele.
Mas eu fiquei, e nunca mais ficarei sozinha, pois pelo menos, sei que a minha valentia em lutar por tudo ainda reside no meu corpo, já um pouco gasto e usado demais.
Eu já não me vendo pois já ninguém me 'compra'. Já sou a habitual imagem de marca das novas meninas que dão o corpo por dinheiro.




Sufoquei!




Thursday, May 27, 2010

Composição mental


Não havia nada mais se não a leveza do vento, se não um café já quase gelado em cima de uma mesa que já nem cor tinha, tão pálida quanto a sua cara.
Os pensamentos lavados em dor, deslizavam na brisa, enquanto esfregava em desespero as mãos consumidas pelo frio daquela noite de Dezembro.
Os lábios e os olhos semi-cerrados, pareciam enfurecer o vento, que se prolongava ao longo da costa, onde o mar enfurecido, arrastava as lágrimas salgadas de milhares de rostos ali caídos.
O papel do jornal que lia já não era igual, pois havia perdido toda a frescura, todo o interesse de se ler minuciosamente cada pequena palavra, ou até mesmo de decorar uma parte abstracta de cada letra.
E ele deixava o vento ir, prolongado na saciedade de viver um momento inculto, de recear a precisão de uma sólida pancadinha de consolo nas costas, deixava o vento arrastar nas suas correntes cada sopro de uma fina e delicada memória, numa perspectiva de querer, numa perspectiva de poder.
O desejo era equivalente a um cubo que roda as suas faces para a noite, para o escuro de uma sombra, onde está incorporada uma tragédia romântica que só acontece nos filmes.
O copo havia-se entornado por entre as finas folhas escritas do seu caderno, onde dizia de tudo, mas não escrevia nada.
Era apenas uma composição mental.


Wednesday, May 26, 2010

- O nosso amor ensina-me tantas coisas.




amo-te
zé miguel

Já entendi


encontrei um que, quando no portanto achei um entretanto, onde por várias vezes entendia que
o se e o talvez se manifestavam, relativamente ao quando e como.
Na maior parte dos casos, achava o não sei e o quem sabe demasiado timidos, mesmo sabendo que tinham do lado deles o claro e o vamos, corajosos e passivos.
Mas do outro lado da rua, e por mais que os quisesse evitar, estavam os nunca e os jamais, os quais sempre quis evitar, por mais inutil que pudesse ser।
- Quando... quando é que visto o que passar?
- Quando ficou de noite.

E eram estes os dilemas do que, que só sabia passar á noite, escondido nos ses e nos ques, receoso de uma descoberta que trocasse as suas letras de ordem pelo facto de ser de tal modo sonsinho.
Mas na minha vida, cada vez mais os sim e os não fazem mais sentido, e deixando-nos de teorias, eu nunca percebi bem quem sou.
Talvez um entrelaço de querer e não poder, ou de um ver e achar que vejo tudo tão nitidamente quanto quero!
Mas não, é obvio que não é assim, e basta saber que num dos pontos mais inospitamente altos de um coração abandonado, mora um salvador aguardado, aquele que poderei vir a encontrar.
E o pior de tudo, é a certeza de que há uma incerteza que vagueia em multiplas paredes, quando sei que por vezes, talvez essas incertezas valham por mais que duas mil palavras.
Eu sinceramente não entendo o sentido nem o significado que estes pares de letras esrão a levar, mas ao constituirem as palavras, que por sua vez constituem as frases, eu noto a diferença de podermos ser autonomos em certas coisas que fazemos ou não.
E digitar um texto e uma mensagem é o mesmo que digitar no nosso coração uma enorme redacção a pedir que amemos aquela ou a outra pessoa.
É completamente inutil e futil da nossa parte, mas também é uma triste realidade em que já nem eu mesma sei viver.
Além de tudo isso, só quero uma coisa:

- Digitar mais vezes, mesmo a troco de nada.

Nunca nada será assim.
Na filosofia que achavas ter, dizias as mais incontáveis e disparatadas vezes tudo o que querias, sem sequer seguires uma linha de raciocinio basica, onde podias achar de tudo, sem ganhar nada.
Deixaste o tempo passar sem continuar a traçar um destino inequivocamente trágico, pois eu sei, e não queiras saber, que nada poderia ter um fim diferente.
Se realmente achaste por meros e breves instantes, tão coloridamente despresiveis, que poderias tocar um fio do meu cabelo, numa lamina aguçada das minhas palavras, enganaste-te tão profunda e estupidamente.
Sim, sei que as minhas lâminas te atingiam nos mais inóspitos pontos do teu ser, onde não guardavas nada, nem uma memória que tivesse ficado por contar naquele arco-iris que me deixava realmente, um vazio inexpressivo no corpo.
Tudo bem, tudo bem.
Mas nunca mais digas adeus.

E o que foi, não será mais.

Tuesday, May 25, 2010


E sinto um impulso, um arrepio, uma inquietante e revolta vontade de estar nos teus braços.
E sinto o medo de te perder quando ainda nem sei se te ganhei, porque sinto a mera certeza de que já és tudo o que pude querer.
Vou vaguear no silêncio das minhas palavras, assombrar aqueles destinos ameaçadores, e juro, que farei tudo para que fiques sempre do meu lado.
Obrigado por teres ressuscitado aquele sentimento que há muito tinha adormecido em mim.
Obrigado por seres quem és, e tu sabes, que na verdade, serás sempre aquela parte de mim que ainda não descobri, e serás eternamente o sorriso mais bonito de todos.


amo-te

Saturday, May 22, 2010


Nas correntes liquidas que esvoaçavam pelas sólidas e cinzentas montanhas, encontrei o que nunca tinha acreditado existir.
Encontrei-te a ti, no topo.
Encontrei-te a ti, onde não podia.
As sofisticadas palavras que transpareciam e que esses lábios desenhavam tão delicadamente, matavam o meu pequeno coração, matavam uma alma inigualável.
E tu continuavas ali, num efeito de estátua, num momento sublime, onde todos entoavam em coro e com vozes serenas, um hino á não politica do amor.
Sei que no teu bolso tinhas guardado a ultima lágrima que derramámos juntos, e sei que mesmo aí, no teu coração, tens o meu rosto desenhado, tens o meu ser estatificado, tens o nosso dom mais unido que nunca.
E sabes também, meu amor, que me terás sempre aqui.


All the rivers run

Sunday, May 2, 2010

Prometo

Se o frio não me fizesse ter calor e, se o vento não me fizesse ficar parada no mesmo lugar, eu falaria com o olhar. Sim, porque é mais fácil ainda olhar com o falar e desesperar com a solidão incontrolavelmente confusa.
Além disso, magoa, e por isso mesmo, não quero mais ser só. Também me recuso a continuar infeliz e todos os dias ficar agarrada aos lençóis finos a chorar, logo que a manhã dá o seu primeiro passo.
As coisas não tem de ser assim, e eu sei disso, mas talvez por ser covarde, recuso-me a pensar que um dia tudo poderia mudar.
Mas em segredo, eu escuto as silenciosas palavras que muitas vezes o vento me traz, e delicio-me com os pedaços de carinho que a maré traz algumas vezes á superficie.
A minha vida não é uma ilusão, é na verdade, uma caracteristica com a qual eu nunca me identifiquei, é como uma garrafa levada pelo oceano com uma carta dentro de si, dizendo que um dia serei quem sempre quis ser.
Depois há claro, os sonhos que tanto nos parecem possiveis, como num dia nos parecem uma imensa parvoice.
Eu juro que quero lutar, que quero agarrar o impossivel e que quero atirar fora tudo o que for fácil, porque o risco é aquilo com que temos de saber lidar, e eu sei lidar com os riscos que corro; Não preciso que ninguém me ensine.
Eu cresci a ver os dias mudar e as mentes vaguear entre quatro longas paredes. Via os corredores dos desesperados cada vez encherem mais, e via os ocenaos de infelizes cada vez mais cheios.
Por um tempo, tive medo de ser igual a eles, de um dia estar ali naqueles inóspitos lugares, mas felizmente eu consegui superar uma queda livre, mas que me magoaria mais do que qualquer coisa.
E as desilusões continuam aqui, a aparecer e a magoar como feridas num deserto seco e sem nada. Eu recuso a deixar a minha vida vazia, recuso-me a sentir-me infeliz, e só hoje sei que ninguém me poderá magoar.
Eu sei que sou mais forte que qualquer inútil obstáculo que se tente colocar diante de mim, mesmo que por apenas uns escassos segundos.
Sei que quando os meus olhos se fecham, fazem mais barulho que um tremor de terra no outro lado do mundo, e sou suficientemente esperta para entender que tenho a capacidade de me tornar naquilo que quiser e precisar.
Chega de acharem que sou inferior, e por favor, acreditem que vou conseguir.
Quanto a ti, acredita em mim quando digo que te quero, que te desejo e que preciso de ti.
Acredita em mim quando digo que tens tudo o que sempre quis, e que talvez tenhamos sido feitos um para o outro.
Acredita em mim quando digo:

-Amo-te




Eu vou amar-te para sempre.
Prometo, meu amor.